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Sistema Sedinor/Idene investe em nova tecnologia social para perenização de rios

barramento zeroA Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais – Sedinor, por meio de sua autarquia, o Idene, está trazendo para os municípios de sua área de abrangência o conhecimento sobre o Conceito Base Zero. A tecnologia social, já desenvolvida com sucesso na região nordeste do Brasil, promete contribuir para a perenização dos rios e para amenizar os graves problemas de escassez de água no semiárido mineiro. Por meio da construção de barragens, usando basicamente pedras e com custo baixíssimo, a água é armazenada debaixo do chão, praticamente livre da salinização e da evaporação, diferentemente dos armazenamentos superficiais que evaporam rapidamente.


A primeira ação para introduzir a nova tecnologia nas regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais será o Seminário Barramento Base Zero - Perenização de Bacias Hidrográficas, que será realizado nos dias 10 e 11 de dezembro, em Montes Claros, numa parceria com a Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas – Adenor. O evento faz parte das comemorações da Semana dos Gerais e contará com participação do especialista em recursos hídricos, o engenheiro mecânico José Artur Padilha, que desenvolveu o conceito Base Zero, no estado de Bernambuco. A programação conta, ainda, com apoio do movimento Vidas Áridas e da Organização Vida Verde, OVIVE, no suporte de ações junto à mobilização e execução do evento.
O seminário será dividido em duas etapas. No dia 10/12, no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene – Amams, haverá a palestra de José Artur Padilha sobre o tema, além de debate e apresentação do mapeamento da bacia do rio São Lamberto, a cargo da empresa parceira 14 Pix, especializada no assunto. Trata-se de uma área gravemente comprometida com assoreamento, erosões e processo de desertificação. Para o dia seguinte, 11 de dezembro, está programado um dia de campo na bacia do rio, tendo como base de trabalho o Clube Pentáurea, região na qual será construído um modelo do barramento base zero, a título de multiplicação da tecnologia.
No Norte de Minas, a implementação do Conceito Base Zero também já conta com a parceria do Centro de Agricultura Alternativa – CAA e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montes Claros. O secretário da Sedinor, Paulo Guedes, ressalta que a introdução de novas tecnologias sociais na região é importante do ponto de vista ambiental e também do apoio aos pequenos produtores rurais que sofrem com a falta d’água. “Essa tecnologia tem um custo baixíssimo e um resultado de grande impacto socioambiental. Vamos implantar essa experiência na Bacia do São Lamberto como um piloto, e a nossa intenção é aplicá-la depois em outros municípios das regiões Norte e Noroeste de Minas e vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce”, ressaltou o secretário ao lembrar que, para obter o resultado esperado, será preciso contar com o apoio de todos: moradores, organizações não-governamentais e outros órgãos do governo.
Conceito Base Zero
A experiência de Artur Padilha vem sendo realizada nos 600 hectares da Fazenda Caroá, de sua propriedade, em Afogados da Ingazeira, cidade distante 380 quilômetros de Recife, e foi adotada pela Agenda 21 na Área de Agricultura Sustentável do Governo Federal. O Conceito Base Zero se enquadra entre as tecnologias sociais, que são ações de pequeno porte com grandes resultados, de baixo custo e que envolvem a mão de obra da própria comunidade.
Padilha explica que as barragens têm o formato de arco romano deitado e rampado. São feitas exclusivamente com pedras do próprio local, sem argamassa, arrumadas de modo inteligente, de forma que trabalhem estruturalmente quase a uma compressão pura. “Os barramentos, acoplados em série, acabam formando platôs por conta da erosão natural provocada pelas chuvas nas encostas adjacentes”, explica o engenheiro. Ele acrescenta que “esses platôs são férteis, possibilitando a produção agropecuária normal, pois a água que escoa rapidamente fica armazenada muito mais tempo neles, devido à lenta percolação através do solo e dos estragos geológicos imediatamente abaixo e pode ser utilizada durante todo o ano, incluindo o período de estiagem”.

Publicado em: 01/12/2015

Fonte:Sedinor

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