MENU

PIONEIRISMO EM MINAS: Energia solar abastece fazenda no NM

PIONEIRISMOImplantado desde janeiro, mas funcionando há pouco mais de 15 dias, um pioneiro projeto que vem sendo executado no Norte de Minas poderá servir de parâmetro para a experiência se propagar pelo Brasil afora. Trata-se de uma usina solar implantada na Fazenda Lagoa do São João, no município de Capitão Enéas, que vem produzindo energia o suficiente para abastecer toda a propriedade. Com investimento de R$ 180 mil, o médico Joaquim Manuel de Oliveira resolveu apostar em energia renovável para reduzir os altos custos com energia elétrica que vinha tendo na fazenda.

Neste sentido, ele instalou 72 placas fotovoltaicas na usina, que começou a ser edificada em outubro do ano passado e ficou pronta no dia 10 de janeiro. Entretanto, somente há pouco mais de 15 dias o proprietário pôde usufruir da energia solar, uma vez que a Cemig demorou muito tempo para fazer a conversão. Joaquim Manuel acredita que a demora tenha sido mesmo por falta de conhecimento do processo. Mas, com pouco tempo de uso, ele percebeu que o maquinário começou a funcionar melhor e mais leve com a energia solar. Para ele, o ideal é todo produtor rural trabalhar em compasso com a natureza.

“A energia solar não traz nenhum dano ao meio ambiente. Ao contrário, ela usa o que a natureza oferece pra gente. Acho que o mais importante disso tudo é que todo produtor rural deveria trabalhar com a natureza. Toda vez que você trabalha contra a natureza, você acaba tendo uma resposta negativa. De imediato, pode ser que você está ganhando. Mas algum dia você vai acabar perdendo”, destaca o médico-fazendeiro. Na manhã de terça-feira (8/9), ele e sua esposa Luciana Athayde receberam integrantes da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa (ALMG) interessada em saber como funciona o processo.

Presidente da CME, o deputado Gil Pereira (PP) destacou que vem lutando para baratear a tecnologia, que é importada, criando assim ambiente favorável para que outros produtores possam investir em produção de energia solar em suas propriedades. Joaquim Manuel Oliveira, por exemplo, só vai recuperar o investimento aplicado daqui a quatro anos. Como as placas fotovoltaicas têm duração de 25 anos, ele terá 21 anos de energia de graça. Daí, segundo Gil Pereira, a importância de se baratear a tecnologia, o que também ajudará o Brasil a economizar energia e reduzir a sobrecarga do sistema elétrico.

Na Fazenda Lagoa de São João, onde foram instaladas as 72 placas de energia solar, o processo abastece toda a propriedade, inclusive o sistema de irrigação de uma área de 30 hectares de milho, o equivalente a 30 campos de futebol. Um dos responsáveis pelo projeto, o engenheiro de produção da empresa Sunshine, Matheus Bastos ainda não se sabe exatamente qual o impacto no preço da conta de luz, mas a expectativa é de zerar as contas em até um ano. O cálculo é anual porque leva em consideração épocas com menor demanda e maior produção, o que gera créditos para serem consumidos em momentos de maior demanda.

Era para ser o primeiro projeto do tipo em meio rural no Brasil. Acabou, porém, se tornando o segundo, ao ser ultrapassado por empreendimento no Rio de Janeiro devido à demora para interligação à rede da Cemig, que só foi feita há vinte dias. “Como é uma coisa nova, ninguém sabia bem o que fazer. Foi muito difícil conseguir as autorizações”, explicou Joaquim Manuel Oliveira, satisfeito com os resultados que vem percebendo em pouco tempo de utilização da usina, localizada numa região que está entre os quatro pontos de melhor radiação solar do País, que vai de Capitão Enéas a Januária.

Publicado em:11/09/2015

Fonte: JN

rodape 2

GO_TO_TOP