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Resíduo de ETE aumentou produtividade de banana

ETEA utilização de efluentes sanitários oriundos da Estação de Tratamento de Esgoto Doméstico e ainda do Frigorífico Minerva, em Janaúba, aumentou a produtividade da banana produzida no Norte de Minas e esta pesquisa acabou alcançando o primeiro lugar no Simpósio Brasileiro de Bananicultura, além de destaque no Seminário Mineiro de Reuso, ocorrida na semana passada em Belo Horizonte.

A pesquisa é de Pablo Fernando Santos Alves, doutorando em produção vegetal no semiárido e a graduanda em zootecnia, Alciane Batista Antunes, que receberam certificado e premiação em dinheiro.

A pesquisa é da Copasa e Universidade Estadual de Montes Claros e vem sendo implementada desde 2012. ‘Fertirrigação da Bananeira Prata Anã com Mistura de Água Residuária de Frigorífico Bovino e Esgoto Doméstico, em Janaúba’ é o título do projeto que a Copasa e a Unimontes vem desenvolvendo nos últimos três anos com apoio financeiro do Banco do Nordeste e da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento (DVPD) da Copasa, do Departamento Operacional Norte (DPNT), sediado em Montes Claros, através da Divisão de Operação e Manutenção (DVMN). A área experimental ocupa um hectare no entorno da Estação de Tratamento de Esgoto de Janaúba, no Norte de Minas.
Coordenados pelo professor da Unimontes, Silvânio Santos, os pesquisadores trabalham com efluentes do processo de tratamento composto de reatores anaeróbios, seguidos de lagoa facultativa e lagoas de maturação. O analista máster de saneamento da Superintendência de Engenharia da Copasa, Aníbal Oliveira Freire, explica que desde 2012 vem sendo realizadas diversas pesquisas envolvendo cultivos com bananeira prata anã, algodão, milho, feijão e abacaxi, com obtenção de produtividades bem superiores às médias nacionais.
“Nessa época de profunda crise hídrica na região Sudeste, os bons resultados alcançados pelas pesquisas que vem sendo realizadas pela Unimontes em parceria com a Copasa constituem numa notícia alvissareira e deve ser entendida como uma oportunidade de expansão e melhoria dos nossos sistemas de tratamento de esgotos, atrelando a engenharia sanitária à engenharia agronômica, unindo a solução dos problemas sanitários com a possibilidade de produção agrícola”, avalia Freire.
O analista da Copasa entende que como a regulação nacional de reuso ainda não está definida no Brasil, as parcerias com universidades e o setor produtivo são fundamentais para o aprimoramento de pesquisas aplicadas, visando consolidar a acreditação dos resultados. O próximo passo das pesquisas é a expansão do projeto Copasa/Unimontes para uma escala real, mas ainda piloto, em área de 15 hectares localizada no entorno da Estação de Tratamento de Esgoto administrada pela Copasa, em Janaúba.
A Copasa está avaliando a possibilidade de firmar parcerias com empresas privadas para a expansão do experimento piloto, mas contando sempre com o apoio técnico do Departamento de Ciências Agrárias da Unimontes com o objetivo de gerar dados em nível de pesquisa aplicada, sejam de natureza sanitária ou de produtividade das lavouras. A partir da viabilização financeira do projeto, as pesquisas serão implementadas para que num prazo mínimo de cinco anos seja possível a obtenção de resultados confiáveis.
Caso os resultados positivos das pesquisas sejam confirmados em escala maior o repasse da tecnologia para os produtores rurais vai depender da regulação técnica que for definida pelo Governo Federal. Por enquanto os pesquisadores estão fundamentando o trabalho por meio de pesquisas às condições de aplicação agrícola com segurança sanitária, tanto no aspecto de manejo como de produção. “A produtividade é mais alta com efluente menos tratado, a segurança sanitária é maior com efluente terciário. Administrar e resolver esta dicotomia é o objetivo do projeto de pesquisa, em condições cada vez mais próximas da realidade dos produtores rurais, a fim de que se possa evoluir com segurança”, frisa.
Segundo o analista, se os dados finais das pesquisas apontar para o alcance de resultados satisfatórios tanto em termos de segurança sanitária como de produtividade das lavouras, “o projeto Copasa/Unimontes dará uma grande contribuição para a sociedade, em virtude dos recursos hídricos cada vez mais escassos e do preço de adubos convencionais estarem aumentando de forma gradativa devido ao esgotamento das jazidas”.
Outros trabalhos da parceria foram explanados na primeira quinzena deste mês pelo professor Marcos Kondo, durante o Seminário Mineiro de Reuso, realizado na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), em Belo Horizonte. Ele apresentou dados sobre a performance da produção agrícola do Norte de Minas com a utilização de efluentes da ETE de Janaúba, com a segurança sanitária exigida apontando possibilidades de aplicações em outros sistemas da Copasa e sinalizando uma oportunidade clara de reúso agrícola para efluentes de estações de tratamento de esgotos.

Fonte: GAZETA

Publicado em: 29/06/2015

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